CONCERTO DE PÁSCOA 2025

por jcerca em 15 de Abril de 2025

Um turbilhão de Hossanas sonoros ecoou esta tarde de Domingo de Ramos,13 de abril de 2025, na Igreja jubilar do Mosteiro de Arouca, cujo amplo e belo espaço barroco se encheu com a extraordinária e vibrante sonoridade deste magnífico Concerto de Páscoa, executado pela Banda Musical de Arouca, sob a direção do seu maestro Ivo Silva, em plena comemoração do seu bicentenário.

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O palco para este evento não podia ser mais bem escolhido, nem mais adequado para este Concerto de Páscoa.

Constituído pela interpretação de 4 peças, criteriosamente selecionadas para esta quadra pascal, este Concerto, através de uma perfeita combinação dos seus diversos naipes, desde os instrumentos de corda e de sopro, até aos metais, às madeiras e à percussão, ofereceu momentos de uma extraordinária sonoridade que pretendiam despertar no público, ora sentimentos de suave melancolia e de profunda introspeção, ora sentimentos de esperança, de otimismo e de alegria.

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Uma breve explicação de cada uma das peças, antes da sua execução, pretendeu ajudar os ouvintes à descodificação interpretativa das diversas sonoridades que os envolvia e os tocava na sua sensibilidade artística.

A beleza musical das peças interpretadas, aliada à riqueza artística do cenário barroco envolvente fizeram deste Concerto um momento alto, não só desta quadra pascal, que hoje se iniciou com a Semana Santa, como também do programa do bicentenário da Banda Musical de Arouca, que está a decorrer ao longo deste ano.

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 José Cerca

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DE COLÉGIO SALESIANO A HOTEL DE LUXO

por jcerca em 9 de Abril de 2025

Desde o dia 7 de Abril de 2025 que entrou em funcionamento, em Arouca, um novo hotel de 5 estrelas instalado na ala sul do Mosteiro de Arouca e que resultou da concessão por 50 anos ao Grupo MS Hotels&Resorts, em 2019, para a exploração e gestão dessa zona conventual, no âmbito do programa governamental “Revive”.

Trata-se, sem dúvida de um importante investimento como polo de desenvolvimento para Arouca e de preservação e promoção do seu belo ex-libris, o Mosteiro de Arouca.

Entrada para o Hotel

Um Hotel com raízes históricas

Datado do sec. X o Mosteiro de Arouca passou a ser exclusivamente feminino no sec. XII e teve o seu período áureo no sec.XIII (1217-1256) quando nela viveu e morreu a rainha Mafalda Sanchez, filha de D.Sancho I, o 2º rei de Portugal e neta de D.Afonso Henriques..

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Foi durante este período que a rainha D.Mafalda adotou a regra de Cister com a consequente mudança do hábito negro da Ordem de S.Bento para o hábito branco da ordem Cisterciense, iniciando-se então um período, não só de renovação espiritual, como também de grande prosperidade, à qual não terá sido alheia a presença da rainha Mafalda, apesar de nunca ter professado na ordem.

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Transformações com rigor histórico.

Foi no final da década de 50 que tiveram lugar importantes obras de intervenção na ala sul do Mosteiro de Arouca, para a instalação do Colégio Salesiano que aí funcionou desde 1960 até 1982, ano em que foi encerrado.

Fazer obras num imóvel com o estatuto de Monumento nacional como o é o Mosteiro de Arouca, desde 1910, implica cuidados extremos e um grande rigor histórico que não colida ou descaraterize os séculos de história que estão gravados em cada parede e em cada espaço.

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Acompanhado pelo diretor do novo Hotel, o dr. João Moita da Silva, tivemos ocasião de percorrer os espaços desta unidade hoteleira de luxo, levando sempre na memória comparativa os mesmos espaços que há mais de meio século percorríamos, diariamente, como professor do ex-colégio Salesiano. E sobre a simplicidade austera e quase monástica de então, vimos agora sobrepor-se a beleza do conforto e o requinte moderado do luxo, perfeitamente integrados neste espaço histórico, após 5 anos de obras de adaptação em que foram investidos cerca de 10 milhões de euros.

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Refira-se que ao longo desta visita cruzámo-nos com obras do artista português Vhils (Alexandre Farto), onde estão reproduzidas duas portas antigas do Mosteiro a embelezar, com sabor histórico, o novo espaço.

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 A recepção do hotel

Entrando pela porta do antigo celeiro do Mosteiro, ladeada por uma linda escadaria que dá acesso ao 1º piso, deparámo-nos com um espaço bem mobilado, rodeado de um ambiente extremamente acolhedor, onde não faltam bars devidamente apetrechados e sofás cómodos para os utentes poderem saborear momentos de acolhimento ou de lazer durante a sua estadia, sempre acompanhados de uma grande variedade de doçaria conventual.

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Da recepção, onde em tempos idos terá funcionado a adega e o lagar do Mosteiro, passámos ao restaurante do hotel. Numa bela sala toda ela em arcos de granito e onde nas décadas de 60 a 80 funcionou o refeitório para os alunos e professores do antigo Colégio Salesiano, será também aí que vai funcionar o restaurante, aberto não apenas aos utentes do hotel, mas também ao público que deseje almoçar em espaço tão emblemático e imbuído de história.

Os quartos

Todo o 1º e 2º piso, onde outrora funcionaram não só as camaratas (dormitórios) dos alunos, mas também as respetivas salas de aula e os diversos gabinetes de apoio escolar, todo este amplo espaço, está agora ocupado por 53 quartos com diferentes tipologias, tendo a maior parte deles vista para a cerca do Mosteiro.

QUARTO

No âmbito do alojamento destaque para a existência de uma suíte real com a tipologia duplex e instalada no mirante da ala sul. Servida por elevador privativo esta suíte consta de dois quartos, sala de estar e sala de jantar e dispõe de uma excelente vista, não só para a cerca do mosteiro, como também para a própria vila.

A maior transformação

Se o espaço interior do Mosteiro não sofreu alterações de vulto na sua estrutura e na sua arquitetura, como seria natural, o mesmo não se pode dizer do seu espaço exterior, circunscrito à cerca e mata adjacente.

Nesse espaço agrícola que outrora abastecia, não só o Colégio Salesiano, como até a própria comunidade local, foram criadas, de raiz, diversas estruturas de apoio ao novo hotel.

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Além de uma área ajardinada com cerca de 2 mil metros quadrados, foi construída uma piscina com amplas áreas de lazer e apoiada por um bar. A separar a zona do jardim, a avenida das camélias e que conduz as pessoas desde a saída do refeitório até à antiga fonte da nogueira, passando ao lado do antigo lavadouro, que foram ambos devidamente preservados e que bem contribuem para o embelezamento de toda esta área exterior tão agradável e que pode ser aproveitada para eventos ao ar livre.

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A saúde e o lazer

Em qualquer unidade hoteleira, a saúde e o lazer são vertentes importantes para os seus utentes e elas também não foram descuradas aqui. Assim, além da já referida piscina exterior, foi também construído um SPA com salas para tratamento do corpo e relaxamento, com piscina aquecida, jacuzzi, sauna e banho turco.

Para as crianças foi construída uma pequena casa em madeira, designada Kids Club, com atividades educativas e interativas, dispondo também de uma piscina exterior.

No antigo campo de basquetebol do Colégio Salesiano, foi criado um campo de padel, instalado em plena mata adjacente.

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Junto à Botica, que mais tarde será recuperada para espaço de relaxamento familiar, está a ser criada uma horta com plantas aromáticas e um pomar para abastecimento do hotel.

Num ambiente de tranquilidade que combina história, natureza e espaços livres, percorrido até por um regato que atravessa a própria cerca do Mosteiro, Arouca dispõe agora de uma ótima estrutura aberta a eventos especiais e a celebrações de todo o tipo e que veio dar nova vida ao Mosteiro de Arouca, 40 anos depois que a algazarra dos alunos do Colégio Salesiano se calou, de vez, em 1982.

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José Cerca

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AROUCA TERRA DE OPORTUNIDADES

por jcerca em 6 de Abril de 2025

Uma lição de empreendedorismo

Organizado pela Associação Académica de Arouca (AAA) teve lugar na tarde do dia 5 de Abril, no auditório da Casa dos Magistrados, um debate que teve como tema central e linha condutora “Arouca como terra de oportunidades”!

O objetivo deste evento, segundo os promotores, era demonstrar que “Arouca é um espaço para empreender, viver, constituir família e contribuir para o desenvolvimento da comunidade. “

E os depoimentos que se seguiram à apresentação dos 4 jovens empreendedores, feita por Alexandre Duarte, assim o demonstraram.

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Jorge Ferreira (Quintãs Farm Houses e Equestrian Center, BA Glass), conhecido empresário arouquense que, desde os últimos anos, tem vindo a investir em Arouca com um diversificado conjunto de projetos, foi o primeiro interveniente, deixando a todos um conjunto de princípios que segue na sua atividade empresarial, bem como alguns segredos para o êxito dos seus investimentos.

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Começando por condenar a subsidio-dependência a que muitos empresários se habituaram, esclareceu que, para ele, os subsídios são encarados apenas como “complemento” e não como condição para um projeto avançar, pois os jovens empresários têm, antes de tudo, que acreditar no seu próprio projeto e não estarem à espera de subsídios para avançarem.

Criticando o protecionismo exagerado e valorizando a capacidade de iniciativa, Jorge Ferreira apontou, como segredo para o êxito empresarial, 3 regras: trabalhar, trabalhar muito, trabalhar muitíssimo.

Como metodologia apresentou alguns valores que orientam a sua ação como empresário, salientando a humildade de aprender com os outros, a ambição na conquista de objetivos e o rigor nos procedimentos e na informação.

Ao contrário do que certas forças políticas defendem, Jorge Ferreira não teve receio de afirmar que “uma empresa é feita para ganhar dinheiro” e hoje parece haver vergonha em o afirmar.

Concluiu dizendo que “sem operários não há economia, mas sem empresários não há operários”.

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 Arouca e a água são sempre boas escolhas”

Depois desta lição sobre empreendedorismo, falou Jorge Cardoso Gonçalves (WSCM e APRH).

Ligado à gestão operacional das infraestruturas hidráulicas, e depois de ter apresentado o seu percurso académico e profissional, falou da empresa WSCM (Water Services Consulting and Management) criada em Arouca e com sede em Escariz no Centro de Incubação e Inovação Industrial, onde desenvolve diversos serviços no âmbito da gestão da água e dos recursos hídricos.

Integrando a LIS-Water como especialista, Jorge Gonçalves falou do próximo projeto de criar uma escola internacional, a partir de Lisboa, com o objetivo da formação para uma melhor utilização da água.

Como elemento da APRH (Associação Portuguesa dos Recursos Hídricos) e na qualidade de Presidente da Comissão organizadora do 17º Congresso da Água, a ter lugar em Lagos de 8 a 11 de Abril, Jorge Gonçalves salientou a importância deste simpósio para uma reflexão sobre este importante recurso que é a água.

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 Alimentação e felicidade

Passando do domínio da água para o âmbito da nutrição, falou, seguidamente, a nutricionista Ana Helena Pinto sobre a empresa por ela criada, a “Nutrition for Happiness”, bem como do projeto “Geofood”, implementado já em diversos GeoParks.

Integrando 4 nutricionistas arouquenses esta empresa, instalada no CI3 de Escariz, pretende fazer da alimentação um contributo para o bem-estar, para a saúde e para felicidade das pessoas.

A escolha de Arouca para sede desta empresa tem a ver, segundo disse a nutricionista, com a qualidade de vida que aqui se disfruta, com o facto de Arouca ser uma terra do interior e também pelo facto de haver aqui uma grande aproximação à natureza. Items estes que, aliados a uma boa nutrição, são requisitos que bem poderão conduzir à felicidade individual e coletiva.

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Soluções tecnológicas

Este painel de jovens empresários arouquenses contou ainda com a presença de João Seabra que criou em Arouca (Escariz) há 3 anos, a Techfusion, uma empresa sobre Tecnologias e sistemas de informação que emprega 7 arouquenses e que oferece soluções tecnológicas para ajudar outras empresas a aumentar a sua competitividade, recorrendo ao uso de tecnologias digitais e informáticas.

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Na linha do que disse Jorge Ferreira, também João Seabra pretende contribuir para o desenvolvimento de Arouca e deseja deixar a sua terra melhor do que a encontrou. Defendeu como valores, a ter presente na sua atividade empresarial, a honestidade, o trabalho, a ambição e a qualidade do produto ou do serviço prestado.

Como elementos comuns aos depoimentos deste 4 empresários arouquense refira-se o amor por Arouca, a ambição, o entusiasmo, a coragem, bem como a formação académica como suporte prático da atividade empresarial. 

Finalmente, uma outra caraterística comum a estes 4 empresários é que todos eles escolheram a designação das suas empresas em inglês, exprimindo assim a sua vertente de internacionalização e de abertura ao mundo, a partir de Arouca.

Depois da troca de alguns comentários por parte do público, Diogo Couto, Presidente da AAA agradeceu a presença dos participantes e do público a convidou todos para um lanche na sala ao lado.


José Cerca

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A perseguição aos cristãos no mundo tem sido uma constante, ao longo destes 2025 anos da era cristã.

Todos os dias, homens, mulheres e crianças que professam a sua fé em Cristo são raptadas, torturadas, presas e muitas delas mortas, só porque creem em Cristo.

Começou no Império romano esta perseguição e continua a acontecer nos dias de hoje, perante uma certa indiferença do mundo ocidental. Ignorar esta tragédia, que ocorre um pouco por todo o mundo, é ser-se conivente com ela.

Há 30 anos que a Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) tem angariado e canalizado para tantos países onde os efeitos e as vítimas desta perseguição são mais prementes, a ajuda possível para minimizar o sofrimento de tantos cristãos perseguidos por causa da sua Fé.

Para rezar, sensibilizar e alertar a consciência das pessoas e sobretudo dos responsáveis políticos para este drama a Fundação AIS decidiu celebrar nos dias 29 e 30 de março o Jubileu dos Cristãos perseguidos e escolheu a igreja jubilar do Mosteiro de Arouca para o fazer.

Herois da Fé

Perseguidos e esquecidos

O Programa deste Jubileu começou na tarde de sábado com uma sessão no auditório municipal onde esteve presente, ao lado da Presidente da Câmara Municipal de Arouca, Drª Margarida Belém, a Diretora da Fundação Ajuda à Igreja que sofre, Drª Catarina Bettencourt, bem como o Pe. José Pedro Novais, pároco de várias comunidades cristãs de Arouca e ainda o Pe. Simon Ayogu sacerdote espiritano, natural da Nigéria.

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Apresentada e moderada pelo Dr. Paulo Aido, jornalista da AIS, a sessão abriu com um belo momento musical a cargo do grupo de cantas e cramois do Conjunto Etnográfico de Moldes de danças e corais arouquenses que, através de uma harmoniosa polifonia vocal, interpretaram diversos motivos musicais do cancioneiro de Arouca, todos eles com sabor telúrico e ligados às lides da terra.

Depois deste aperitivo musical, o Pe. José Pedro Novais iniciou a sessão com uma breve palestra sobre a história do ano jubilar e seus objetivos, conduzindo a sua reflexão sobre o tema da Esperança escolhido pelo Papa como linha condutora e inspiradora deste Jubileu.

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Seguidamente coube à Diretora da Fundação AIS fazer a apresentação do Relatório “Perseguidos e esquecidos” referindo a evolução em cerca de 18 países relativamente ao último relatório efetuado pela AIS. Para uma melhor compreensão da situação dos cristãos oprimidos nesses 18 países por causa da sua fé, foi distribuído, à saída, a todos os presentes, uma brochura ilustrada com informação mais pormenorizada e com o intuito de sensibilizar as pessoas para este drama que afeta milhares de cristãos em diversas partes do mundo.

Testemunhos

Após a apresentação do relatório seguiu-se um período de testemunhos de pessoas que conhecem bem a realidade diária que se vive em alguns países, onde os cristãos são perseguidos. O primeiro testemunho foi dado pelo padre nigeriano, Simon Ayogu, missionário Espiritano que falou sobre as dificuldades que os Cristãos na Nigéria enfrentam, devido ao fundamentalismo islâmico, sobretudo através da grupo Boko Haram, cujo nome em árabe quer dizer “a educação ocidental ou não islâmica é um pecado” . Refira-se que esta organização terrorista surgiu na Nigéria em 2002 e continua a ter muita força neste país, chegando o Pe. Ayogu a relatar vários casos de violência alguns deles passados mesmo com familiares seus.

O segundo testemunho foi sobre os Cristãos na Faixa de Gaza e foi dado pelo Pe. Gabriel Romanelli, Pároco de Gaza.Inicialmente previsto para ser através de videoconferência, as previsíveis dificuldades técnicas aconselharama que esse testemunho fossetransmitido através de gravação vídeo.

Nesse testemunho, o pároco da paróquia de Sagrada Família em Gaza relatou as dificuldades do dia a dia, surgidas após o 7 de Outubro de 2023 em Gaza, comparando a situação antes e após esse terrível atentado. Terminou o seu testemunho pedindo que se reze a Nossa Senhora de Fátima, a quem os cristãos de Gaza têm uma grande devoção, pedindo pela paz e pelo fim desta guerra. Manifestou ainda o desejo e a necessidade que existe de se convencer os responsáveis políticos de que um dia a mais de guerra não vai resolver a situação, só a vai piorar. Finalmente, o Pe. Gabriel apelou à ajuda humanitária para milhares de famílias que estão a passar grandes dificuldades neste momento, sejam eles palestinianos, israelitas, judeus, cristãos, muçulmanos, ou até ateus, pois a situação em Gaza é de extrema pobreza. E essa ajuda será uma maneira de revelar a Misericórdia de Deus para com todos.

Mensagem do Bispo do Porto

Tendo sido convidado pela AIS para estar presente neste Jubileu dos cristãos perseguidos, o Bispo do Porto, D.Manuel Linda, por motivo de agenda, não pode aceitar o convite, mandando uma mensagem vídeo desejando que “este jubileu seja também uma forma de nos dar ânimo, a nós que vivemos em liberdade, para que, como eles, possamos testemunhar Cristo em qualquer circunstância da vida”.

D.Manuel Linda

A sessão terminou com umas breves palavras da Presidente da Câmara Municipal de Arouca, Drª Margarida Belém dizendo que Arouca ficou muito sensibilizada e honrada por ter recebido a Fundação AIS para aqui celebrar o Jubileu dos Cristãos perseguidos, na igreja jubilar do Mosteiro de Arouca. Realçou ainda o trabalho meritório que a AIS tem vindo a desenvolver ao longo dos seus 30 anos de existência, sobretudo no apoio a tantas situações de extrema carência nos mais diversos países do mundo.

Abertura da exposição “Das trevas à Luz”

O primeiro dia deste jubileu em Arouca terminou com a abertura da exposição “Das trevas à luz” nos claustros do Mosteiro de Arouca. Nessa exposição, ao longo de 14 painéis ilustrados, são referidas impressionantes e dramáticas situações de vários “Heróis da Fé”, em diversos países, desde o Iraque, Paquistão, Nigéria, Camarões, até à Ucrânia, Síria, Índia e Moçambique. A leitura desses casos prova bem que os cristãos continuam a ser perseguidos, discriminados e mortos até, apenas por causa da sua Fé.

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Mas na maioria dos casos a perseguição aos cristãos engloba também a profanação e a vandalização dos seus lugares de culto e das suas alfaias litúrgicas. E isso ficou bem demonstrado através da segunda exposição sobre “Objetos religiosos profanados” que abriu, seguidamente, na Sala do Capítulo do Mosteiro de Arouca, mostrando mais de duas dezenas de objetos religiosos danificados pelo jihadismo islâmico no Iraque em 2014.

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Eucaristia para todo o País.

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O momento alto deste Jubileu foi a Eucaristia do IV Domingo da Quaresma, concelebrada na igreja jubilar do Mosteiro de Arouca, presidida pelo Pe. Simon Ayogu e transmitida em direto pela RTP1, sendo animada musicalmente pelo coro paroquial da missa dominical, dirigido pela prof. Elvira Tavares e acompanhado ao órgão de tubos pela organista Célia Tavares.

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Para assinalar o jubileu dos cristãos perseguidos foram levados para o altar, na procissão inicial, dois dos objetos profanados que, depois de apresentados à assembleia, ficaram expostos ao lado do altar, durante toda a celebração. Trata-se de um lindo cálice destruído por uma bala na igreja Sírio Católica de Qaraqosh no Iraque e de um crucifixo em metal da igreja caldeia de Telaskuf, também ele danificado pelo jihadismo islâmico.

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Durante a celebração a presidente da AIS, Drª Catarina Bettencourt, teve ocasião de falar um pouco da Fundação que dirige e que tem como missão “apoiar os que são perseguidos, ameaçados, ou refugiados por causa da sua fé”. Fundada há 30 anos em Portugal, esta instituição pontifícia apoia cerca de 5000 projetos em 140 países.

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A realização deste Jubileu pela AIS pretende exprimir que estes cristãos perseguidos não estão sós e precisam do nosso conforto, das nossas orações, bem como da ajuda monetária para tantos casos de extrema carência e que só esta instituição consegue apoiar.

Concerto jubilar

Tendo sido aberto com um momento musical, este jubileu dos Cristãos perseguidos encerrou também com música, através de um belíssimo Concerto jubilar na igreja do Mosteiro de Arouca pelo grupo Coral de Urrô, dirigido pelo Dr. Paulo Bernardino e enriquecido pelo quinteto de sopro da Academia de Música de Arouca.

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Com um reportório variado que incluiu uma peça de órgão na sua abertura, alguns números pelo quinteto de sopro e a interpretação de diversas peças pelo Grupo coral de Urrô, este concerto terminou com o Hino do Jubileu, encerrando assim, de uma maneira muito bela e expressiva, este Jubileu que pretendeu, não só dar voz a tantos cristãos “perseguidos e esquecidos”, como também agitar consciências e vencer a indiferença generalizada para com estes dramas que ainda persistem em muitas regiões do mundo.

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José Cerca

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JUBILEU DOS CRISTÃOS PERSEGUIDOS

por jcerca em 8 de Março de 2025

Todos os dias, homens, mulheres e crianças que professam a sua fé em Cristo são raptadas, torturadas, presas e muitas delas mortas, só porque creem em Cristo.

Fundação AIS decidiu celebrar nos dias 29 e 30 de março o Jubileu dos Cristãos perseguidos e escolheu a igreja jubilar do Mosteiro de Arouca para o fazer.

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A perseguição aos cristãos no mundo tem sido uma constante, ao longo destes 2025 anos da era cristã.

Todos os dias, homens, mulheres e crianças que professam a sua fé em Cristo são raptadas, torturadas, presas e muitas delas mortas, só porque creem em Cristo.

Começou no Império romano esta perseguição e continua a acontecer nos dias de hoje, perante uma certa indiferença do mundo ocidental. Ignorar esta tragédia, que ocorre um pouco por todo o mundo, é ser-se conivente com ela.

Há 30 anos que a Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) tem angariado e canalizado para tantos países onde os efeitos e as vítimas desta perseguição são mais prementes, a ajuda possível para minimizar o sofrimento de tantos cristãos perseguidos por causa da sua Fé.

Para rezar, sensibilizar e alertar a consciência das pessoas e sobretudo dos responsáveis políticos para este drama a Fundação AIS decidiu celebrar nos dias 29 e 30 de março o Jubileu dos Cristãos perseguidos e escolheu a igreja jubilar do Mosteiro de Arouca para o fazer, de acordo com o programa que segue.

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Sábado, 29 de Março

15:00 – Abertura do ”Jubileu dos cristãos perseguidos” seguido de um breve momento musical pelo Conjunto Etnográfico de Moldes de danças e corais arouquenses.

15:15 – Conferência: “O que é o ano jubilar e quais os seus objetivos” – Pe. José Pedro Novais

15:30 – Apresentação do Relatório “Perseguidos e esquecidos?” – Catarina Bettencourt, AIS

16:00 – Testemunho: “Os Cristãos na Nigéria” – Pe. Simon Ayogu, Missionário Espiritano

16:20 – Testemunho: “Os Cristãos na Faixa de Gaza” – vídeo conferência com o Pe. Gabriel Romanelli, Pároco de Gaza.

16:40 – Debate com o público presente

17:00 – Celebração da Eucaristia

18:00 – Abertura da exposição “Das trevas à Luz” nos claustros do Mosteiro de Arouca

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 Domingo, 30 de Março 

10:00 – Abertura das exposições “Marcas do Calvário” nos claustros do Mosteiro de Arouca

10:30 – Celebração da Eucaristia na igreja jubilar do Mosteiro de Arouca presidida pelo Pe. Simon Ayogu e transmitida em direto através da RTP.

12:00 – Visita às exposições nos claustros do Mosteiro de Arouca

15:00 – Concerto jubilar na igreja do Mosteiro de Arouca pelo grupo Coral de Urrô e grupo de metais da Academia de Música de Arouca.

16:00 – Encerramento e despedida.

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