percorreu espaços emblemáticos da história de Portugal
As visitas de estudo da Asarc são sempre uma maneira de se conviver e enriquecer culturalmente.
A última destas visitas, promovida pela aula de “Cultura e Sociabilidade da Asarc” e aberta a todos os associados, teve lugar no dia 21 de março com destino à cidade dos Templários, tendo como objetivo principal a visita ao famoso Convento de Cristo e, seguidamente, ao não menos famoso Mosteiro da Batalha.
Com construção iniciada no sec.XII, o primeiro e no sec.XIV, o segundo e fazendo ambos parte do Património Mundial da UNESCO, desde 1983, a visita a estes dois lugares históricos permitiu aos alunos e associados da Asarc calcorrear importantes e emblemáticos espaços da história de Portugal, evocando momentos do seu passado histórico e admirando a beleza artística e a grandiosidade arquitectónica que ficou materializada, ao longo de vários séculos, nestes dois monumentos nacionais.
Depois da subida ao castelo de Tomar, os visitantes iniciaram a visita ao Convento de Cristo, entrando e admirando a famosa charola que era o oratório privativo dos cavaleiros templários no interior das fortalezas.
Com o acompanhamento didático do professor de história, Afonso Costa, os visitantes seniores puderam apreciar a beleza arquitectónica deste espaço conventual, em forma octogonal, que apresenta uma confluência de diversos estilos, desde o românico ao gótico. Nele se pode admirar ainda alguns elementos decorativos manuelinos, bem como um importante conjunto de pinturas e esculturas quinhentistas.
Da charola, que no reinado de D. Manuel I passou a funcionar como capela-mor da igreja conventual, a visita seguiu para os diversos espaços do Convento de Cristo, desde os diversos claustros, à sala do capítulo, aos dormitórios, noviciado, refeitório e cozinha. Mereceu ainda especial atenção dos visitantes a famosa janela manuelina que foi objecto, como não podia deixar de ser, de inúmeras selfies.
Depois da visita a este conjunto monumental uma pausa gastronómica num dos restaurantes da região de Tomar.
O mosteiro da Batalha
No Ano Europeu do Património Cultural, designado pelo Parlamento Europeu para chamar a atenção para a importância, para a valorização e para o papel que o vasto património cultural desempenha na sociedade, esta visita de estudo da Asarc a estes dois importantes exemplares do Património Arquitectónico Nacional veio ao encontro destes objectivos, pois permitiu aos seus participantes percorrer dois dos espaços profundamente ligados à história de Portugal.
Na verdade, o Mosteiro de Santa Maria da Vitória, mais vulgarmente conhecido como Mosteiro da Batalha, está intimamente ligado a um dos períodos críticos da nossa história, nomeadamente com a Batalha de Aljubarrota e a sua construção ficou mesmo a dever-se a um voto de D.João I, enquanto Mestre de Avis, relacionado com essa vitória contra os castelhanos.
Depois de admirada a imponência exterior do edifício e o rendilhado da sua fachada principal, a visita a este monumento considerado como o expoente máximo da arte gótica em Portugal onde, inclusive, terá nascido o estilo manuelino, começou com a visita à capela do fundador, onde repousam os restos mortais não só de D.João I e de D.Filipa de Lencastre, como também dos seus filhos.
Depois da visita a este que foi o primeiro panteão régio nacional e após a passagem pela igreja com três naves, os visitantes seniores percorreram os principais espaços deste mosteiro. Num desses espaços, a famosa sala do capítulo, imortalizada por Alexandre Herculano através do seu conto “A Abóbada”, puderam ver não só o monumento ao soldado desconhecido, como também a famosa imagem do “Cristo das trincheiras” que acompanhou as tropas portuguesas nos campos de batalha da I Grande Guerra.
A visita a este belo exemplar gótico, cuja construção percorreu cerca de seis séculos, terminou nas célebres “capelas imperfeitas” mandadas construir por D.Duarte para panteão privativo da sua família e seus descendentes.
Nesse espaço, também de forma octogonal puderam os visitantes seniores admirar o belíssimo e exuberante pórtico manuelino, diante do qual fica a capela com o mausoléu de D.Duarte e D.Leonor de Aragão.
José Cerca
Publicado no jornal “Discurso Directo” nº464 de 6 de abril de 2018