“Certificado de desconfinamento”
Esteve programada para o dia 11 de março de 2020, mas ficou cancelada devido à pandemia surgida pouco tempo antes. Posteriormente, já foi agendada por várias vezes, mas a incerteza da evolução pandémica impediu, sucessivamente, a sua realização. Finalmente, 18 meses depois, a 20 de outubro de 2021, realizou-se esta tão atribulada visita de estudo, que levou alunos e associados da Asarc a Coimbra, para buscarem aí o seu “certificado de desconfinamento”.
Visita de enriquecimento cultural
O próprio nome de Coimbra traz ligado a si uma conotação de cultura e conhecimento e foi isso que os alunos da Academia Sénior foram procurar nessa cidade estudantil, nos vários espaços percorridos.
Largados precisamente em pleno centro académico de Coimbra, os estudantes arouquenses começaram por visitar a Sé Velha de Coimbra e os respetivos claustros, sempre acompanhados pelo seu professor de História, Afonso Veiga que lhes foi fornecendo interessantes informações sobre os locais visitados.
Terminada a visita e feita a foto de grupo diante da fachada deste emblemático monumento medieval, os estudantes seniores desceram a famosa Calçada do Quebra-Costas até à baixa da cidade para visitarem a igreja de Santa Cruz que alberga os restos mortais do avô e do pai da nossa santa Rainha Mafalda.
A manhã terminou com um excelente almoço no restaurante Jardim da Manga, nas traseiras do Mosteiro de Santa Cruz, enquadrado por um belo cenário de pequenos lagos quadrados e de jogos de água que acrescentarem beleza e cultura ao almoço, num espaço que é considerado monumento nacional desde 1934.
Das ruínas de Conímbriga à quinta das Lágrimas
Depois de tão agradável almoço, nada melhor do que uma caminhada pelas ruínas da antiga cidade de Conimbriga, onde os visitantes seniores tomaram um banho de civilização romana, não só através do percurso por sobre as ruínas, como também através da observação de milhares de objetos aí recolhidos e que se encontram expostos no Museu monográfico de Conimbriga, criado em 1962 e que é constituído exclusivamente por materiais arqueológicos recolhidos através das escavações, nessa cidade romana, iniciadas a partir de 1929.
Para terminar esta visita de estudo nada melhor do que uma pequena, mas muito agradável caminhada pela quinta das Lágrimas, ainda tão cheia, não só de misticismo, como também de romantismo, sobretudo através da “Fonte dos amores” e da “Fonte das lágrimas” datadas de 1326 e com fortes referências românticas aos amores de D.Pedro e de D.Inês de Castro, tão artisticamente imortalizados por Camões nos seus Lusíadas.
Num belo ambiente romântico e sob frondosas árvores centenárias, foi aqui que os estudantes seniores de Arouca receberam o seu tão desejado “certificado de desconfinamento”.
José Cerca
Publicado no jornal “Discurso Directo” nº550 de 29 de outubro de 2021