ÓRGÃO DO MOSTEIRO DE AROUCA TEM NOVO ORGANISTA TITULAR

por jcerca em 1 de Maio de 2023

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No dia 29 de abril teve lugar, no cadeiral do Mosteiro de Arouca, um concerto de apresentação do novo organista titular do seu órgão ibérico, datado de 1743, o Dr. Paulo Bernardino.

Com um vasto currículo ligado à música sacra, Paulo Bernardino é também organista titular da Sé Catedral de Coimbra, desde março de 2002, bem como o organista titular da Capela da Universidade de Coimbra, a partir de outubro de 2007. Presentemente, desempenha também a função de maestro e diretor artístico do Grupo Coral de Urrô (Arouca) desde outubro de 2015.

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Possuidor também de uma licenciatura em Engenharia Eletrotécnica pela Universidade de Coimbra (1988), aliada a uma vasta experiência no campo da organaria acrescida de uma profunda formação musical, Paulo Bernardino é possuidor de todos os requisitos para o desempenho desta nova função que lhe foi atribuída pela Real Irmandade da Rainha Santa Mafalda em Janeiro de 2023, quando foi nomeado organista titular em substituição do prof. Nicolas Roger, falecido a 22 de fevereiro de 2022.

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Neste seu concerto de apresentação como organista titular do magnífico órgão do Mosteiro de Arouca, Paulo Bernardino considerou ser um privilégio ocupar tal cargo, não só pela riqueza desta bela peça organeira e pela sua longa história, como também pelo facto de suceder no cargo a um dos mais ilustres organistas, o prof. Nicolas Roger.

O programa elaborado pelo próprio organista, foi composto pela execução musical de 7 peças para órgão, sendo 5 delas de autores portugueses dos sec. XVI, XVII e XVIII, nomeadamente, Manuel Rodrigues Coelho, António Carreira e Carlos Seixas.

Sendo o Mosteiro de Arouca dedicado a Santa Maria, o programa incluiu também duas peças marianas, o “Ave Maria Stella” e o “Magnificat” de Manuel Rodrigues Coelho (sec.XVI) que tiveram a participação de elementos do Grupo coral de Urrô, num diálogo vocal com a sonoridade do órgão.

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Refira-se que, pela primeira vez, o público presente pode acompanhar, mais de perto, a execução do organista, através da projeção em plasma, no coro baixo, de toda a sua atuação, quer no teclado, quer na mudança dos diversos registos.

Construído pelo organeiro Manuel Bento Gomes entre 1739-1741, este órgão tem 1352 vozes e é alimentadas por 24 registos. Trata-se de um órgão ibérico muito apreciado pelos especialistas, que o consideram um dos mais importantes exemplares da organaria deste tipo no mundo, o que deve orgulhar todos os arouquenses amantes da música e da cultura.

orgão Arouca

Publicado no jornal “Discurso Directo” nº587 de 12 de  maio de 2023

José Cerca

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