Uma lição de empreendedorismo
Organizado pela Associação Académica de Arouca (AAA) teve lugar na tarde do dia 5 de Abril, no auditório da Casa dos Magistrados, um debate que teve como tema central e linha condutora “Arouca como terra de oportunidades”!
O objetivo deste evento, segundo os promotores, era demonstrar que “Arouca é um espaço para empreender, viver, constituir família e contribuir para o desenvolvimento da comunidade. “
E os depoimentos que se seguiram à apresentação dos 4 jovens empreendedores, feita por Alexandre Duarte, assim o demonstraram.
Jorge Ferreira (Quintãs Farm Houses e Equestrian Center, BA Glass), conhecido empresário arouquense que, desde os últimos anos, tem vindo a investir em Arouca com um diversificado conjunto de projetos, foi o primeiro interveniente, deixando a todos um conjunto de princípios que segue na sua atividade empresarial, bem como alguns segredos para o êxito dos seus investimentos.
Começando por condenar a subsidio-dependência a que muitos empresários se habituaram, esclareceu que, para ele, os subsídios são encarados apenas como “complemento” e não como condição para um projeto avançar, pois os jovens empresários têm, antes de tudo, que acreditar no seu próprio projeto e não estarem à espera de subsídios para avançarem.
Criticando o protecionismo exagerado e valorizando a capacidade de iniciativa, Jorge Ferreira apontou, como segredo para o êxito empresarial, 3 regras: trabalhar, trabalhar muito, trabalhar muitíssimo.
Como metodologia apresentou alguns valores que orientam a sua ação como empresário, salientando a humildade de aprender com os outros, a ambição na conquista de objetivos e o rigor nos procedimentos e na informação.
Ao contrário do que certas forças políticas defendem, Jorge Ferreira não teve receio de afirmar que “uma empresa é feita para ganhar dinheiro” e hoje parece haver vergonha em o afirmar.
Concluiu dizendo que “sem operários não há economia, mas sem empresários não há operários”.
“Arouca e a água são sempre boas escolhas”
Depois desta lição sobre empreendedorismo, falou Jorge Cardoso Gonçalves (WSCM e APRH).
Ligado à gestão operacional das infraestruturas hidráulicas, e depois de ter apresentado o seu percurso académico e profissional, falou da empresa WSCM (Water Services Consulting and Management) criada em Arouca e com sede em Escariz no Centro de Incubação e Inovação Industrial, onde desenvolve diversos serviços no âmbito da gestão da água e dos recursos hídricos.
Integrando a LIS-Water como especialista, Jorge Gonçalves falou do próximo projeto de criar uma escola internacional, a partir de Lisboa, com o objetivo da formação para uma melhor utilização da água.
Como elemento da APRH (Associação Portuguesa dos Recursos Hídricos) e na qualidade de Presidente da Comissão organizadora do 17º Congresso da Água, a ter lugar em Lagos de 8 a 11 de Abril, Jorge Gonçalves salientou a importância deste simpósio para uma reflexão sobre este importante recurso que é a água.
Alimentação e felicidade
Passando do domínio da água para o âmbito da nutrição, falou, seguidamente, a nutricionista Ana Helena Pinto sobre a empresa por ela criada, a “Nutrition for Happiness”, bem como do projeto “Geofood”, implementado já em diversos GeoParks.
Integrando 4 nutricionistas arouquenses esta empresa, instalada no CI3 de Escariz, pretende fazer da alimentação um contributo para o bem-estar, para a saúde e para felicidade das pessoas.
A escolha de Arouca para sede desta empresa tem a ver, segundo disse a nutricionista, com a qualidade de vida que aqui se disfruta, com o facto de Arouca ser uma terra do interior e também pelo facto de haver aqui uma grande aproximação à natureza. Items estes que, aliados a uma boa nutrição, são requisitos que bem poderão conduzir à felicidade individual e coletiva.
Soluções tecnológicas
Este painel de jovens empresários arouquenses contou ainda com a presença de João Seabra que criou em Arouca (Escariz) há 3 anos, a Techfusion, uma empresa sobre Tecnologias e sistemas de informação que emprega 7 arouquenses e que oferece soluções tecnológicas para ajudar outras empresas a aumentar a sua competitividade, recorrendo ao uso de tecnologias digitais e informáticas.
Na linha do que disse Jorge Ferreira, também João Seabra pretende contribuir para o desenvolvimento de Arouca e deseja deixar a sua terra melhor do que a encontrou. Defendeu como valores, a ter presente na sua atividade empresarial, a honestidade, o trabalho, a ambição e a qualidade do produto ou do serviço prestado.
Como elementos comuns aos depoimentos deste 4 empresários arouquense refira-se o amor por Arouca, a ambição, o entusiasmo, a coragem, bem como a formação académica como suporte prático da atividade empresarial.
Finalmente, uma outra caraterística comum a estes 4 empresários é que todos eles escolheram a designação das suas empresas em inglês, exprimindo assim a sua vertente de internacionalização e de abertura ao mundo, a partir de Arouca.
Depois da troca de alguns comentários por parte do público, Diogo Couto, Presidente da AAA agradeceu a presença dos participantes e do público a convidou todos para um lanche na sala ao lado.
José Cerca