As sinfonias arouquenses
Tendo aberto as comemorações do 2º centenário da sua fundação no dia 9 de fevereiro, com uma sessão solene na Loja Intereativa de Turismo, a Banda Musical de Arouca realizou no passado dia 22 de fevereiro o seu primeiro Concerto que faz parte de um vasto programa das comemorações bicentenárias que se estenderão ao longo deste ano.
Este Concerto a cargo da nova Orquestra Sinfónica da Banda Musical de Arouca, dirigida pelo seu maestro Ivo Silva teve o ser reportório quase todo ele preenchido com a interpretação de duas sinfonias escritas pelo compositor arouquense Hermínio Teixeira, atualmente com 90 anos e a viver no Brasil para onde emigrou com os seus 17 anos de idade.
Desenvolvidas ao longo de 4 andamentos estas sinfonias, a Sinfonia nº 2 em Sol Maior, composta em 2006 e 2007 e a Sinfonia nº 5 em Lá menor, escrita em 2014, fazem parte do espólio que o compositor arouquense doou à Biblioteca Municipal de Arouca e tiveram neste concerto a sua estreia mundial.
A execução musical destas duas sinfonias arouquenses foi intercalada com a interpretação do Concerto para saxofone alto e orquestra de cordas escrito em 1934 pelo compositor russo Alexander Glazunov e que teve como solista a saxofonista arouquense Carolina Brandão.
Hermínio Teixeira, o compositor arouquense
Desconhecido da grande maioria dos arouquenses este compositor começa agora a ser divulgado graças à descoberta e estudo do seu espólio guardado na Biblioteca Municipal de Arouca e esta divulgação não poderia ter sido mais adequada para enriquecer as comemorações da centenária Banda Musical de Arouca.
E se a celebração de dois séculos desta instituição ao serviço da cultura, da divulgação e promoção da música, não só em Arouca, como pelo País fora é um exemplo de tenacidade, de brio e de dedicação a Arouca e ao seu património musical, também o exemplo, a persistência e todo o percurso de vida deste compositor arouquense testemunha bem a sua luta como emigrante em terras brasileiras e o seu enorme sucesso na conquista do seu sonho e dos seus objetivos. Daí que tenha sido muito feliz e justa esta homenagem que este concerto “As sinfonias arouquenses”, integrado no bicentenário da BMA lhe quis fazer com a estreia mundial destas duas “sinfonias arouquenses”. Esperemos que, futuramente, outras suas composições saiam do arquivo, onde se encontram, para poderem vir ao encontro dos arouquenses que sempre foram apreciadores da boa música e entusiastas da sua centenária banda musical.
José Cerca
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