Comunidades cristãs da Figueira da Foz visitam o Mosteiro
Além das visitas individuais ou de pequenos grupos que se dirigem a Arouca para visitar o seu Mosteiro, surgem por vezes visitas organizadas, quer por escolas, associações, instituições da 3ª idade, quer também por paróquias.
No passado sábado, dia 2 de fevereiro, um significativo grupo de pessoas das comunidades paroquiais de Buarcos e de Quiaios, acompanhados do seu pároco, o Pe. Carlos Augusto Noronha Lopes, visitaram o Mosteiro de Arouca e o seu Museu de Arte Sacra.
Acolhidos no cadeiral do Mosteiro com uma pequena receção musical dada pelo Dr. Ivo Brandão, permitindo assim aos visitantes apreciarem as potencialidades sonoras deste órgão ibérico datado de 1743, seguiu-se uma saudação e uma breve explicação sobre a história do Mosteiro e do seu Museu de Arte Sacra dada pelo Juiz da Real Irmandade da Rainha Santa Mafalda, prof. Dr. Arnaldo Cardoso de Pinho.
Depois da vista aos espaços conventuais e ao Museu seguiu-se a celebração festiva da Eucaristia concelebrada pelo Pe. Carlos Lopes e pelo Cónego Arnaldo Pinho.
De referir que esta visita ao Mosteiro de Arouca destas comunidades cristãs da zona da Figueira da Foz encerrou o triangulo de anteriores visitas ao Mosteiro de Celas, em Coimbra e ao Mosteiro de Lorvão, em Penacova, conduzindo assim estes visitantes através de espaços de silêncio e de recolhimento, outrora ocupados pelas 3 filhas do nosso segundo rei de Portugal, D.Sancho I: as beatas Sancha, Teresa e Mafalda.
Pormenor curioso é que esta visita ao Mosteiro de Arouca foi acompanhada por uma linda imagem em madeira da Rainha Santa Mafalda pertencente ao oratório de um padre de Viseu e que o pároco destas comunidades comprara a um antiquário em Lisboa, há alguns anos, impedindo assim que este ícone religioso saísse do país.
Colocando a Rainha Santa Mafalda, de quem é especial devoto, entre as figuras de S.Bernardo e de S.Bento, o Pe. Carlos, na homilia que proferiu, realçou o importante papel desta figura emblemática do Mosteiro de Arouca, na sua fidelidade à pureza da regra monacal, o que a levou a ser a protagonista na mudança da ordem beneditina para a ordem de Cister na sua comunidade, quando aqui viveu no sec XIII.
Os numerosos mosteiros que existem em Portugal e no Mundo são um valioso legado religioso, artístico e patrimonial da Igreja à humanidade e constituem, desde sempre, um dos maiores motivo de interesse de toda a atividade turística e um importante polo de desenvolvimento das localidades em que estão implantados, como é o caso de Arouca.
José Cerca
Publicado no semanário “Discurso Directo” nº243 de 08 de fevereiro de 2013