Sabemos que aquilo que, durante vários anos, foi oferecendo à Paróquia de S.Bartolomeu de Arouca, para ser utilizado ao serviço do culto nesta comunidade cristã, não o fez para receber palmas, nem para arrancar louvores, ou exigir agradecimentos de ninguém.
Estamos a referir-nos à enfermeira Cremilde Semblano Vieira que, durante quase meio século, dedicou grande parte da sua vida ao serviço da enfermagem em Arouca.
Com 88 anos de idade, e nascida em Nespereira do concelho de Cinfães, a dona Cremilde teve uma vida difícil desde a sua infância, mas mesmo assim, nunca deixou de ajudar o seu próximo mais necessitado do que ela.
Mulher de uma grande fé teve sempre um carinho muito grande por Arouca e nomeadamente pelo seu Mosteiro, onde teve uma tia sua como freira organista e que foi uma das últimas a deixar este Mosteiro, após a sua extinção em 1834.
Foi talvez por isso que, ao longo da sua vida em Arouca, mostrou sempre uma grande generosidade através da oferta de inúmeras alfaias litúrgicas, não só para a igreja paroquial de S.Bartolomeu, como também para diversas capelas da Vigararia de Arouca.
Sabemos que o fez, não por qualquer sentimento de vaidade ou de ostentação, mas motivada pela sua grande Fé, pela sua profunda vivência religiosa e pela continua preocupação pela vida da Igreja que frequentemente manifestava. Mesmo assim, e atendendo à quantidade e diversidade de ofertas que foi fazendo, ao longo dos anos, principalmente para a igreja paroquial de Arouca, pensamos que seria digno, justo e merecedor um agradecimento do Pároco, da Comissão Fabriqueira, ou do Conselho pastoral, em nome de toda a comunidade paroquial que tão enriquecida ficou através da generosidade da dona Cremilde.
Mas se ninguém o vier a fazer institucionalmente, aqui deixo, como simples paroquiano, um agradecimento público por tudo aquilo que esta humilde paroquiana generosa e desprendidamente doou para o serviço litúrgico e para o culto religioso nesta comunidade cristã de Arouca.
OBRIGADO, dona Cremilde e que o Senhor a recompense.
Publicado no jornal “Discurso Directo” nº523 de 18 de setembro de 2020