Luz verde para continuação das obras na praça

por jcerca em 29 de Março de 2012

Depois dos vestígios arqueológicos encontrados nas escavações da Praça Brandão de Vasconcelos, integradas nas obras de regeneração da zona histórica de Arouca e que estão relacionados com as fundações da antiga igreja matriz de S.Bartolomeu e com a existência de um primitivo cemitério nessa mesma zona e que, possivelmente, até será anterior à construção da própria igreja matriz, levantou-se o problema sobre o que fazer perante tais achados arqueológicos.

Uma das sepulturas encontrada com ossadas dentro dos vestígios da igreja de S.Bartolomeu

As diversas entidades envolvidas nestas obras, depois de uma ponderação sobre esta situação deslocaram-se ao local e, no dia 29 de março, com a presença da Câmara Municipal, como proprietária da obra, da empresa construtora, “Construções Pimenta” e da empresa “Arqueologia e Património”, responsável pelas  escavações arqueológicas que acompanham o projeto de regeneração, deram luz verde para a prossecução das obras e remoção do que restava das fundações da igreja quinhentista de S.Bartolomeu, datada provavelmente de1515.

Além da Diretora Regional da Cultura do Norte, Arquiteta Paula Silva, estiveram no local das escavações, a Drª Cidália Delgado, do departamento de Antropologia da DRCN e a DrªGertrudes do Igespar de Viseu.

Dado não terem surgidos divergências de fundo entre as entidades responsáveis pelas escavações nesta zona histórica, uma vez que as pedras que restavam das fundações não eram pedras trabalhadas, mas simples pedras de alicerce, as mesmas foram mandadas remover e depositadas na cerca do mosteiro com identificação da sua origem.

Segundo informações colhidas junta dos arqueológos da empresa “Arqueologia e Património” que acompanham as escavações, a drª Helena Marçal e o Dr. João Rebuge, as únicas pedras trabalhadas que foram encontradas estavam na base que serviu de suporte à primeira instalação do fontanário e que teriam sido retiradas da antiga igreja quinhentista, tal como o foram para a construção da torre sineira da capela da Misericórdia e para o Cemitério municipal.

Vista aérea da praça em escavações, com o que resta da igreja de S.Bartolomeu

Tais pedras foram também guardadas no Mosteiro, podendo vir a serem integradas no Centro de Arqueologia de Arouca, para memória futura.

Refira-se ainda que na remoção das pedras e da terra continuam a aparecer ossadas dispersas no entulho e descontextualizadas de qualquer túmulo. Mesmo assim e segundo informações dos mesmos arqueólogos, os trabalhos de remoção estão a ser feitos com cuidado e sempre atentos ao aparecimento de quaisquer outros vestígios que revelem qualquer relevância histórica.

José Cerca

Publicado no “Jornal de Arouca” nº805 de 31 de marçode 2012

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