UMA NOVA FASE NA VIDA DO MOSTEIRO DE AROUCA

por jcerca em 28 de Novembro de 2017

Foi apresentado publicamente, no dia 25 de novembro,  na Sala do Capítulo, o Programa de intervenção no Mosteiro de Arouca cujo investimento se encontra integrado na Operação Mosteiros a Norte, desenvolvida pela Direção Regional de Cultura do Norte e cofinanciada pelo Programa Norte 2020.

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Esteve presente o Ministro da Cultura Dr. Luís Filipe de Castro Mendes, acompanhado do Diretor Regional da Cultura do Norte, Dr. António Ponte, bem como da Presidente da Câmara Municipal de Arouca, Drª Margarida Belém e do Juiz da Real Irmandade da Rainha Santa Mafalda.

A apresentação detalhada das intervenções para melhorar o circuito de visitas ao Mosteiro e ao Museu de Arte Sacra foram apresentados pela arquiteta Elvira Rebelo da DRCN.

Após esta apresentação, e sendo a primeira vez que o Ministro da Cultura vinha a Arouca, seguiu-se uma visita ao cadeiral, à igreja conventual e ao Museu. No cadeiral, os presentes tiveram ocasião de, durante alguns minutos, apreciar a sonoridade do magnífico órgão ibérico, pelas mãos do seu organista titular, Nicolas Roger.

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A visita terminaria na cozinha do Mosteiro onde foi servida uma prova da doçaria conventual. Prevê-se que este conjunto de intervenções seja executado em 24 meses, devendo já na próxima semana, este projecto ser publicitado na plataforma digital, para seguidamente ser lançado a concurso público.

A urgência desta intervenção

Depois das últimas obras de intervenção no Mosteiro de Arouca, nomeadamente na recuperação de toda a sua cobertura e na pintura das fachadas e janelas que ocorreram nos anos de 2002 a 2004 com um investimento de cerca de dois milhões de euros, chegou, finalmente a ocasião de uma nova intervenção, com vistas a dotar o Convento de Arouca de melhores condições para o acolhimento dos turistas que o visitam.

Na verdade, desde há muito que se fazia sentir a necessidade da modernização das instalações não só reduzidas como obsoletas que acolhiam os turistas e nas quais nem uma bilheteira condigna, nem sequer uma casa de banho,  contemplava.

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Era pois urgente esta nova intervenção que já esteve incluída no projecto de requalificação urbana da zona histórica de Arouca, mas que, por motivos alheios á própria autarquia, não avançaram nessa altura.

Cinco anos depois parece, finalmente, que as obras terão inicio já no próximo ano, logo que esteja terminado todo o processo do concurso público.

Refira-se que este Programa de intervenção será objeto de três candidaturas ao “Norte 2020″, o programa operacional regional do actual quadro comunitário de apoio.

Essas obras englobarão, portanto, três áreas de intervenção. Uma delas, e talvez a mais visível para os visitantes, será a “Instalação de uma Estrutura de Acolhimento ao visitante”, que incluirá, não só a criação de um espaço de recepção, na zona onde outrora funcionou a sede do Centro Juvenil Salesiano, como também instalações sanitárias, um bengaleiro, um vestiário e uma loja de vendas. Atendendo às pessoas com mobilidade reduzida, está ainda prevista, nessa zona, a instalação de um elevador para o primeiro piso, tanto mais que a futura entrada dos visitantes para o Museu será feita a partir desta nova estrutura de acolhimento.

Ministro da cultura em Arouca (2)

Um outro tipo de intervenção designado por “Espaço da Memória”, para além da musealização de vestígios medievais, irá albergar sistemas multimédia para visualização e audição de conteúdos interpretativos do Mosteiro, nomeadamente sobre Mafalda Sanches, a “Rainha Santa Mafalda”, e “10 Séculos em 10 minutos”.

A complementar estes trabalhos, será ainda concebida e implementada sinalética para melhor informação dos visitantes.

Atendendo ao mau estado dos janelões da Igreja e coro-alto está também previsto uma outra intervenção nessa área, de modo a substituírem-se todos os respetivos caixilhos tendo em conta questões de sustentabilidade térmica, ambiental e de manutenção com o objetivo de melhorar as condições de conforto dos visitantes.

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Operação Mosteiros a Norte

O Mosteiro de Arouca, conjuntamente com o de  Grijó, Rendufe, Tibães, Pombeiro e Vilar de Frades – constituindo um importante legado da arquitetura religiosa monástica a norte de Portugal, está integrado na rede de MOSTEIROS A NORTE, de modo a dar continuidade às intervenções de consolidação do edificado, melhorando e criando espaços de receção/acolhimento, articulando com o reforço de iniciativas culturais e artísticas e de divulgação dos espaços monásticos como pólos de atração no território e consequente aumento do número de visitantes e criação de novos públicos.

Todos os referidos mosteiros estão classificados como Monumentos Nacionais ou Imóveis de Interesse Público, sendo por isso prioritária a sua preservação, valorização e divulgação.

José Cerca

Publicado no jornal “Discurso Directo” nº456 de  1 de dezembro de 2017

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