A TILIA DA PRAÇA ASSINALOU O DIA MUNDIAL DO LIVRO EM AROUCA

por jcerca em 30 de Abril de 2021

A Tilia da praça_cartaz de divulgação

Um ano depois de ter sido cancelada a sua apresentação pública, por motivos da pandemia, teve lugar no dia 23 de Abril, dia mundial do livro, a apresentação da obra infantojuvenil “A tília da praça” de José Cerca e ilustrada com desenhos do prof. Costa Gomes. A sessão teve lugar no auditório da Loja Interativa de Turismo, com entradas limitadas e com pré-inscrição devido à pandemia.

Além do autor e do ilustrador, a mesa da sessão contou com a presença da Presidente da Câmara Municipal de Arouca, Drª Margarida Belém, o poeta e escritor João Manuel Ribeiro pela Editora “31 por uma linha” e o Dr. Armando Zola a quem coube fazer a apresentação da obra.

A apresentação foi musicalmente animada pelo jovem arouquense, Simão Oliveira, que recentemente venceu o concurso da RTP1 “The voice kids” e que foi acompanhado pelo grupo instrumental da Academia Sénior.

Para conhecer um pouco melhor a obra apesentada, DISCURSO DIRECTO fez uma entrevista ao seu autor:

 A ENTREVISTA

Tilia da Praça02

1- Como surgiu a ideia de escrever este livro?

A ideia de escrever este livro partiu de factos reais que têm a ver com o corte de enormes choupos no parque municipal em 2005 durante o último mandato do Dr.Armando Zola, como presidente da Câmara Municipal.

A partir desse acontecimento que causou algumas críticas na opinião pública e com o conhecimento que eu tinha da vida escolar, por dever de profissão, imaginei toda uma sequência de ações, em defesa das tílias da praça, envolvendo a comunidade escolar do concelho. Como motor dessa dinâmica coloquei a Célula Ecológica que na altura funcionava mesmo na Escola onde eu trabalhava.

O entusiasmo dos membros desse clube ambiental consegue contagiar não só a própria escola como todas as escolas do Concelho que no dia da Árvore se concentram na praça à volta das tílias que, supostamente, também estariam ameaçadas de corte.

O sucesso desta festa foi tão grande que até mereceu notícia nas televisões, tendo chegado mesmo ao Ministério da Educação.

A narrativa termina com a afixação na entrada da escola do Certificado de “Vigilante da Floresta” atribuído pelo Ministério da Educação à escola promotora e organizadora de tal iniciativa.

2-O que o levou a escolher a editora “Trinta por uma linha” para publicar a sua obra?

Existem numerosas as editoras no mercado português. Mas se eu escolhi esta para editar o meu livro foi , sobretudo, por conhecer já o escritor João Manuel Ribeiro e devido também ao facto desta editora privilegiar o carácter pedagógico, acima do carácter económico das suas edições. Tem sido notável a vertente pedagógica desta editora que, mesmo em tempo de pandemia, continua a promover inúmeras atividades, mesmo que virtuais, dirigidas a professores, educadores, alunos e demais público.

3- E a parceria com o professor Costa Gomes como surgiu? É apreciador do seu trabalho? É essa a razão?

Sim, conheço o trabalho artístico do prof. Costa Gomes que muito aprecio e que me levou a pedir-lhe que fizesse alguns desenhos para ilustrar o texto que tinha escrito.
Normalmente, as editoras têm os seus próprios ilustradores. No caso de “A tília da praça” houve uma exceção. Na verdade, tendo comigo algumas ilustrações que o prof. Costa Gomes teve a amabilidade de fazer para um concurso literário promovido, em 2010, pela Biblioteca Municipal de Gaia, enviei-as ao Dr. João Manuel Ribeiro que gostou delas e aceitou o seu autor como ilustrador desta obra. E a sua aceitação acabaria, portanto, por contribuir para o reforço da marca arouquense desta obra.

Tilia da Praça01

4-A seu ver como definiria, em poucas palavras, esta sua “Tília da Praça”?

Este livro a que pus como subtítulo “um ciberconto para o dia da árvore” é uma obra infantojuvenil marcadamente arouquense, pela temática que aborda, pelas ilustrações que a embelezam e que são da autoria de um arouquense, o prof. Costa Gomes e ainda pelos espaços arouquenses que percorre.

Na verdade, ao longo da sua narrativa, o leitor é conduzido pelo parque, onde foram derrubados os polémicos choupos; é levado até à praça onde é celebrada a festa do dia da árvore em defesa das ameaçadas tílias; entra nas escolas, nomeadamente na escola E.B.2,3, onde o clube ambiental designado por Célula Ecológica é o grande dinamizador na preparação do dia da árvore, sob coordenação da professora Ester.

Além de percorrer estes espaços, o leitor entra ainda no Mosteiro de Arouca, passa pela Capela da Misericórdia e pelo Calvário, sobe até à serra da Freita e do Monte da Senhora da Mó.

Por tudo isto fica mais do que vincada a marca arouquense desta obra, na qual ainda foram introduzidas, em contexto escolar, duas das mais mais conhecidas lendas de Arouca: a lenda da Senhora da Mó e a lenda das laranjeiras do Burgo.

5-Qual é o custo do livro, preço venda ao público?
O preço de venda ao público é de 10 euros e o livro já se encontra disponível, não só na internet, na página da editora, como também nas duas livrarias da Vila de Arouca.

dia do livro_poema_Luisa Ducla Soares

6-Sente-se orgulhoso por deixar esta obra para que os seus netos e bisnetos a possam ler?

Um dos principais objetivos que estão subjacentes a esta obra foi a preocupação pedagógica de com ela motivar os leitores, sobretudo os mais jovens, para a defesa das árvores, indispensáveis para o equilíbrio ecológico do nosso Planeta.

Foi, sobretudo, para esse tipo de leitores que eu escrevi esta obra infantojuvenil e dediquei-a aos meus 4 netos, a Maria, o Manuel, a Sofia e o Tiago, representando neles, simbolicamente, todos os atuais e futuros leitores.

Obviamente que fico orgulhoso por poder contribuir com esta obra para sensibilizar as novas gerações para a importância e necessidade de se defender as árvores, de se proteger a Natureza e de se preservar o ambiente para bem desta “casa comum” que todos nós habitamos.

Apresentacao-do-Livro-A-Tilia-da-Praca--de-Jose-Cerca-20

7. Quer deixar uma mensagem para os leitores arouquenses?

É claro que a mensagem deste conto infantojuvenil passado, grande parte dele, em contexto escolar não se dirige apenas aos leitores arouquenses mas é transversal a qualquer leitor do País. Mas para os alunos das escolas de Arouca e nomeadamente para aqueles que frequentam a agora renovada Escola E.B.2,3 de Arouca, eu sugeria-lhes que não abandonassem essa escola sem lerem este livro cuja ação se passa, em grande parte, dentro da escola que frequentam e onde o autor trabalhou durante mais de 30 anos. Boas leituras!



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