NORVINDA ASSUNÇÃO NA SUA MAIOR EXPOSIÇÃO INDIVIDUAL

por jcerca em 15 de Julho de 2011

Pintora arouquense, Norvinda Assunção apresenta a sua maior exposição individual na Sala D.Domingos de Pinho Brandão, antigo refeitório do Mosteiro de Arouca, até dia 24 de julho. Não deixe de visitar esta exposição-retrospetiva da sua vasta obra plástica.
 

Norvinda Assunção conversando com a vereadora Margarida Belém

Autodidata na técnica de pintar, Norvinda Assunção que nasceu no lugar da Paradinha da freguesia de Alvarenga, pinta desde há largos anos e realizou já dezenas de exposições, quer individuais, quer coletivas, não só em Portugal, mas também no Brasil, onde expôs, pela primeira vez em 1980.

Tendo nascido no lugar da Paradinha, banhado pelos rios Paiva e Paivó, Norvinda Assunção, a neta do “cereeiro da Paradinha”, terá bebido,  nesse ambiente bucólico, a poesia das coisas simples e belas da natureza que haveria de ir depositando nela a semente  de artista que, aos 40 anos, começaria a desabrochar de tela após  tela, dando largas à sua imaginação, dando voos à sua fantasia, dando expressão à sua apurada sensibilidade. 

 
 
 

 

Convidados admirando as obras expostas

Ligação à Paradinha

Conhecida dos mais antigos como a “neta do cereeiro da Paradinha” Norvinda Assunção deve também a este homem, o  sr. Manuel da Costa e Silva, a sua maneira de ver o mundo e encarar a vida. Homem simples e alegre que depressa granjeava amizade e simpatia junto de todos aqueles que com ele conviviam, exerceu no lugar da Paradinha, durante mais de 50 anos,  a profissão de cereeiro, tornando-o, então, no principal fornecedor de velas para quase toda a diocese de Lamego, bem como para todas as paróquias do concelho de Arouca.

Será talvez por esta grande ligação à terra onde nasceu que Norvinda da Assunção e seu marido sejam os únicos moradores do lugar da Paradinha que não alienaram a habitação onde durante tantos anos viveram.

Sendo uma das aldeias típicas de Arouca e que já esteve condenada ao abandono, o lugar da Paradinha tem vindo a ser progressivamente restaurado por pessoas, a maior parte delas, fora de Arouca, que adquiriram as habitações em grande estado de degradação e as restauraram para habitação de férias, preservando, a maior parte delas, as caraterísticas originais desse emblemático lugar.

Refira-se que foram estes moradores que, por ocasião da criação da praia fluvial da Paradinha, ofereceram à Câmara Municipal de Arouca o terreno, não só para a instalação das infra-estruturas aí implantadas, como também para a construção do depósito de água que abastece o lugar da Paradinha.

Uma exposição-retrospetiva

Embora contendo apenas uma parte dos seus inúmeros trabalhos, esta é a maior exposição de pintura que Norvinda Assunção realizou até hoje. Tendo sido aberta no dia 10 de julho, com 80 obras expostas, esta será, no dizer da pintora, a sua ultima exposição, no entanto soubemos que Norvinda Assunção terá sido, ainda recentemente, convidada pela Câmara Municipal de Cinfães a expor naquele concelho vizinho.

Dario Tomé fazendo a apresentação da pintora

Quem observar a temática dos seus quadros facilmente se aperceberá da influência da natureza  sobre a sua maneira de olhar o mundo e de exprimir, através da sua arte plástica, e da sua apurada sensibilidade uma maneira criativa de reinventar a  realidade sobre a  tela.

Através destas dezenas de telas expostas na ampla sala do antigo refeitório do Mosteiro de Arouca passam numerosos e variados temas da natureza, a maior parte deles inspirados na realidade arouquense, como sejam o Convento, a capela da Misericórdia, a frecha da Mijarela, a senhora da Mó, o Calvário, o rio Paiva etc.

A abertura da exposição contou com a presença de Margarida Belém, vereadora da Câmara Municipal de Arouca e do vice-juiz da Real Irmandade da Rainha santa Mafalda, José de Brito Quaresma, entidades que apoiaram esta iniciativa artística.

Depois de uma breve apresentação da pintora feita por Dario Tomé, Margarida Belém congratulou-se com esta retrospetiva da obra plástica de uma pintora arouquense que, através da sua criatividade, veio contribuir para enriquecer o património artístico de Arouca.

No final da cerimónia de abertura foi servido a todos os presentes o tradicional “Porto de honra”.

José Cerca

Publicado no “Jornal de Arouca” nº791 de 31 de julho de 2011

 

 

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