Na noite do dia 10 de outubro os símbolos das JMS chegaram à capela de Santo António, na freguesia de Santa Eulália, vindos de Escariz com uma multidão de pessoas das diversas paróquias a recebê-los.
Depois de uma breve celebração da palavra diante da capela, presidida pelo Pe. José Pedro Novais, acompanhado de alguns sacerdotes e diáconos, deu-se inicio à procissão que iria percorrer cerca de 3 km até ao Mosteiro de Arouca.
Com uma quantidade de cruzes, bandeiras e estandartes e muitas velas acesas, quer nas mãos das pessoas, quer em algumas janelas das casas, a procissão decorreu de uma maneira silenciosa e ordenada, acompanhada de alguns hinos de JMJ anteriores, bem como de algumas palavras em italiano do papa S.João Paulo II que deu origem a estas Jornadas em 1986, em Roma.
À chegada à vila de Arouca e antes de serem recolhidos na igreja conventual, a cruz peregrina e o ícone de Nossa Senhora “Salus populi Romani”, “acolhidos em clima de festa, em clima de comunhão e em clima de proximidade”, foram expostos na praça Brandão de Vasconcelos, mesmo em frente à fachada do Mosteiro. Rodeada por uma boa moldurada humana, que enchia todo o anfiteatro da praça, foi aí cantado o Hino da JMJ 2023 acompanhado de palmas por todos os participantes, e de uma pequena coreografia por alguns jovens, apesar de ser a primeira vez que muitos deles ouviam tão belo hino em que se proclamava que “Jesus vive e não nos deixa sós, não mais deixaremos de amar.”
Presente no momento final da procissão, o bispo auxiliar do Porto, D. Vitorino Soares, numa breve intervenção referiu os três desafios que o Papa Francisco lançou aos jovens, para esta Jornada da Juventude, convidando-os a não olharem a vida a partir da varanda; a abraçarem um novo conceito de santidade que os leve a pensar bem, a ouvir bem e a viver bem e, finalmente, o desafio que os leve a arriscarem para poderem avançar. Seguidamente, foi rezada pelo Bispo auxiliar do Porto a oração das JMS.
Depois deste breve momento de reflexão e após a bênção episcopal, os símbolos deram entrada na igreja do Mosteiro de Arouca onde permaneceram até ao dia seguinte, com a exposição do Santíssimo sacramento, durante toda a noite.
Num ambiente de muita luz e cor e com uma música de fundo, muito suave a facilitar a interiorização, a reflexão e a oração, houve, durante toda a noite, momentos de oração individual e de oração comunitária levados a cabo por pequenos grupos de fiéis das diversas comunidades cristãs, mas com pouca presença juvenil.
No dia seguinte, e após a celebração da Eucaristia, os símbolos peregrinaram pela Escola Secundária, Escola Básica de Arouca, Santa Casa da Misericórdia de Arouca e Centro Social de Canelas, seguindo depois para Carregosa.
Curiosidades sobre os símbolos das JMS
Com 3,8 metros de altura, a Cruz peregrina, construída a propósito do Ano Santo, em 1983, foi confiada por S.João Paulo II aos jovens no Domingo de Ramos do ano seguinte, para que fosse levada por todo o mundo. Desde aí, a Cruz peregrina, feita em madeira, iniciou uma peregrinação que já a levou aos cinco continentes e a quase 90 países. Tem sido encarada como um verdadeiro sinal de fé.
Desde 2003 essa cruz peregrina conta com a companhia do ícone de Nossa Senhora “Salus Populi Romani”, que foi introduzido ainda pelo Papa S.João Paulo II como símbolo da presença de Maria junto dos jovens. Com 1,20 metros de altura e 80 centímetros de largura, o original deste ícone encontra-se na Basílica de Santa Maria Maior, em Roma e é visitado pelo Papa Francisco que ali reza e deixa um ramo de flores, antes e depois de cada viagem apostólica.
José Cerca
Publicado no jornal “Discurso Directo” nº573 de 21 de outubro de 2022